28 de outubro de 2010

Alegria do povo



Hoje, se estivesse vivo, Garrincha completaria 77 anos.

Faço aqui neste espaço uma pequena homenagem, minúscula diante do gênio que ele foi e do mito que ele é e sempre será.


“Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível“

(Carlos Drummond de Andrade, em crônica publicada no Jornal do Brasil, no dia 21 de janeiro de 1983, um dia após a morte do genial Garrincha)




Na maior parte de sua carreira Garrincha defendeu o Botafogo (no período de 1953 -1965) e a Seleção Brasileira (de 1957-1966). Jogou ainda algumas partidas pelo Corinthians(15), pelo Olaria(10) e pelo Flamengo(10), porém já estava muito longe de seu auge. Teve ainda uma partida amistosa disputada pelo Vasco da Gama.



Números de Garrincha pelo Botafogo

§ Partidas: 614

§ Gols marcados: 245

§ Partida de estréia: Botafogo 6 x 3 Bonsucesso (19 de Julho de 1953)

§ Primeiro gol: marcado na partida acima, sua estréia

§ Última partida: Botafogo 2 x 1 Portuguesa-RJ (16 de Setembro de 1965)

§ Último gol: Botafogo 1 x 0 Flamengo (22 de Agosto de 1965)


Títulos pelo Botafogo

§ Torneio Intercontinental de Clubes (1963)

§ Torneio Rio - São Paulo (1962 e 1964)

§ Campeonato Carioca (1957, 1961 e 1962)

§ Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro (1954)

§ Torneio Internacional da Colômbia (1960)

§ Torneio Internacional do Mexico (1962)

§ Torneio Governador Magalhães Pinto (1964)

§ Torneio Jubilei de Ouro da Associação de Futebol de La Paz (1964).

§ Torneio do Suriname(1964)


Títulos pela Seleção Brasileira

§ Copa do Mundo (1958 e 1962)

§ Taça Bernardo O'Higgins (1955, 1959 e 1961)

§ Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961, e 1962)

§ Coppa Rocca (1960)


Prêmios

§ Craque do time das estrelas da Copa do Mundo FIFA (1958 e 1962)

§ Melhor jogador e Artilheiro da Copa do Mundo FIFA (1962)

§ Seleção de Futebol do Século XX





Algumas frases sobre Garrincha:

"Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. Nunca vi um jogador igual"
Gavril Katchalin, técnico soviético na Copa de 62.

"Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente"
Didi, sobre Copa do Mundo de 1958.

"Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio"
Armando Nogueira, jornalista e escritor.

"Ele deu-me um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu não queria enfrentá-lo de novo"
Nílton Santos, sobre os testes de Garrincha no Botafogo.

"Estávamos em pânico, quando pensávamos no que Garrincha podia fazer. Não existia marcador no mundo capaz de neutralizá-lo"
Nils Liedholm, meio-campista da Suécia em 1958.

"A um passe de Didi, Garrincha avança/ Colado o couro aos pés, o olhar atento/ Dribla um, dribla dois, depois descansa/ Como a medir o lance do momento./ Vem-lhe o pressentimento; ele se lança/ Mais rápido que o próprio pensamento"
Início do poema de Vinícius de Moraes, O Anjo das Pernas Tortas

"Garrincha foi a maior figura do jogo, a maior figura da Copa do Mundo e, vamos admitir a verdade última e exasperada: a maior figura do futebol brasileiro desde Pedro Álvares Cabral"
Nélson Rodrigues, escritor, depois do Brasil-Chile do Mundial de 1962


"Em 58 nós ajudamos o Garrincha a ganhar a Copa, em 62 ele ganhou sozinho pra nós". Pelé, considerado o 'Rei do Futebol'


E algumas frases do próprio Garrincha:

"Já acabou o campeonato? Que torneio mais mixuruca, não tem nem segundo turno" (após a final da Copa do Mundo de 1958, na Suécia)


"O goleiro deles não queria abrir as pernas. Fiquei esperando"
(depois de um gol em que ameaçou várias vezes antes de finalizar, pelo Botafogo na América Central)

"Fui como Cristo, na vida particular e também no futebol. Já sei que, quando os dirigentes tentam passar os jogadores para trás, eles chiam e dizem: vocês pensam que eu sou um Garrincha? É isso aí, gente boa, virei um símbolo do que não se deve ser na vida"
(sobre a imagem que deixou)


Garrincha verdadeiramente foi o responsável pela ascensão do futebol brasileiro diante do mundo, nos tirando o complexo de vira-latas. Pobre dos jornalistas desconhecedores da história do futebol que não reconhecem isso.

Viva Garrincha, O maior de todos.



12 de outubro de 2010

A nova cara da Seleção


Três jogos, três vitórias. Sete gols marcados, nenhum sofrido. Esse é o saldo do começo da "era Mano Menezes" a frente da Seleção Brasileira. Tudo bem que os adversários escolhidos nesse início de trabalho não são seleções de primeiro nível, mas mesmo assim, já se nota melhora comparando a última Copa do Mundo, principalmente em relação aos volantes. Agora, frente à nossa defesa, temos jogadores que sabem jogar e é isso que queríamos na Copa. Queríamos uma seleção com os melhores, e não com os amigos do Dunga.
Mano convocou muitos novatos, alguns com idade olímpica, e por ora, deixou de fora alguns jogadores que, quando convocados, chegarão como titulares. Grandes desafios virão e acredito que o técnico saberá mesclar experiência e juventude, continuação e renovação, em prol do resgate do verdadeiro futebol brasileiro - coisa bem diferente do que vimos na África do Sul.


Minha Seleção, contando com todas as opções (inclusive os lesionados):

JULIO CÉSAR
MAICON
LÚCIO
THIAGO SILVA
MARCELO
LUCAS
RAMIRES
HERNANES
KAKÁ
ROBINHO
PATO

Reservas:

JEFFERSON (VITOR)
DANIEL ALVES
ALEX
DAVID LUIZ
ANDRÉ SANTOS (ADRIANO)
SANDRO
ELIAS
ELANO (MICHEL BASTOS)
PAULO HENRIQUE GANSO (GIULIANO)
NEYMAR
NILMAR


Só algumas observações:

Julio Cesar, Maicon, Lúcio e Kaká, quando 100% em condições, são titularíssimos.
A dupla de ataque reserva não deixa nada a desejar à titular, e pode(e deve) ser usada sempre que necessária.
Hernanes tem que jogar. Como segundo volante ou um meia-armador que também ajuda na marcação, segundo ou terceiro homem de meio campo, mas tem que ser titular.
Nem Carlos Eduardo, nem Philipe Coutinho me convenceram. Sem contar a pouca idade. São jogadores para seleção olímpica.