Vinicius de Moraes inspirava-se especialmente nas mulheres e falava muito de amor, mas o esporte e o futebol não ficaram ausentes dos versos do poeta, que completaria 100 anos hoje. Nascido em 19 de outubro de 1913, Vinicius era torcedor do Botafogo e, além do Alvinegro, lembrou da seleção brasileira em suas obras.
Boêmio assumido, gostava da simplicidade e nutria uma espécie de amor platônico pelo clube do coração. Não era frequentador dos estádios e, enquanto os torcedores tradicionais apoiavam o clube com a presença nas partidas, Vinícius sequer discutia, mas declarava seu amor através de palavras.
No poema no qual justificou seu retorno ao Brasil, em 1950, após quatro anos nos Estados Unidos, como lembrou o jornalista Sérgio Augusto.
- Ele morou em Hollywood durante uns quatro anos, como cônsul em Los Angeles, e quando chegou em 1950, resolveu voltar ao Brasil. Ele passou uns dias na casa de um bilionário americano, Mr. Buster, que falou: pô Vinicius, você ainda tem direito a ficar mais um ano aqui de graça, por que vai voltar? Aí ele fez um poema - contou.
Sérgio se refere ao "Olhe aqui, Mr. Buster', em que cita o Glorioso em um dos trechos e o prazer que tinha em torcer pelo clube.
"Mas me diga uma coisa, Mr. Buster
Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?"
Com seu olhar diferente, Vinícius transformou os dribles de Garrincha, craque de seu time, em poesia. E assim escreveu "O anjo das pernas tortas". A seleção brasileira também mexeu com Vinícius', que revelou toda sua ansiedade com o desempenho da equipe na Copa de 1962 em "Canto de amor e de angústia à seleção de ouro do Brasil'.
Vinicius de Moraes faleceu há 33 anos, em 9 de junho de 1980.
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